Tia Karlinha: 2012

PROJETO: "VOCÊ" NA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS.

“(...) O futuro que deixamos para as crianças é fabricado na convivência (...)” Humberto Maturama.

“Escolas regulares com orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos.”

Declaração de Salamanca – 1994

IDENTIFICAÇÃO

Público Alvo: Escola Infantil “Peixinho Dourado”.
Turma/Ano: 2º ao 5º.
Modalidade: Ensino Fundamental Anos Iniciais.
Responsável: Professora Karla Daniela de Almeida Melo.
Colaboradoras: Professoras da própria instituição.
Período: Fevereiro a junho de 2011.

INTRODUÇÃO

As línguas expressam a capacidade específica dos seres humanos para a linguagem, expressam as culturas, os valores e os padrões sociais de um determinado grupo social.

Os surdos brasileiros usam a língua de sinais brasileira, uma língua visual-espacial que apresenta todas as propriedades específicas das línguas humanas. É uma língua utilizada nos espaços criados pelos próprios surdos, como por exemplo, nas associações, nos pontos de encontros espalhados pelas grandes cidades, nos seus lares e nas escolas.

A LIBRAS tende a desmistificar a ideia de que há uma distância, insuperável, entre seres humanos surdo e ouvintes e, ao mesmo tempo, proporciona interação e aprendizado inquestionável quanto à importância de cada ser humano em sociedade.

LIBRAS é a Língua Brasileira de Sinais. A partir do contato com a língua em Libras, observa-se a riqueza de conhecimento contida na aprendizagem do surdo, como também do ouvinte.

Libras é o instrumento fundamental para o desenvolvimento e inserção do portador de deficiência auditiva na sociedade.

JUSTIFICATIVA

LIBRAS, embora reconhecida oficialmente em território nacional como instrumento legal de comunicação e expressão, pela Lei Federal n. 10.436/2002, era desconhecida pela imensa maioria da população e continuava sendo encarada, equivocadamente, apenas como um conjunto de gestos naturais ou ‘mímica’, utilizada pelos surdos na ausência da oralidade. Hoje está sendo difundida e sua riqueza na comunicação é essencial para inclusão de surdos na sociedade ouvinte.

OBJETIVO GERAL

Ter a língua brasileira de sinais como iniciação de uma segunda língua e compreender que o início do processo de socialização acontece pela convivência com portadores de necessidades educacionais. Visando dessa forma, aprender a diversidade de estruturas existentes com o recurso de uma língua diversificada, na qual todos os cidadãos podem aprender a se comunicar e a interagir com naturalidade, estreitando a distância entre surdos e ouvintes. E ter acesso a um idioma tão importante é benéfico tanto para os surdos quanto para os ouvintes, pois permite que a comunicação seja praticada sem barreiras, trazendo crescimento para ambos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Ø Esperamos com o desenvolvimento deste projeto:

o Mostrar que as diferenças nos constituem como seres humanos e que não somos melhores e nem piores por conta delas.

o Despertar emoções, através da atividade de contação de histórias, incentivando o desenvolvimento da imaginação.

o Mostrar que leitura pode ser vista, sentida, falada, contada.

o Oportunizar às crianças diferentes maneira de ler.

Ø E que as crianças possam:

o Entrar em contato com o mundo imaginário das histórias infantis por meio da LIBRAS.

o Desenvolver a linguagem visual, oral, escrita e a habilidade de leitura.

o Aperfeiçoar a criatividade para a narrativa.

o Reforçar a aprendizagem do novo vocabulário.

o Desenvolver as habilidades de expressão e comunicação por meio da LIBRAS.

o Ampliar as possibilidades de comunicação e expressão.

o Desenvolver o gosto por atividades artísticas e manuais.

o Ser um elo entre escola X família.

o Perceber a importância do homem na transformação do meio em que vive e o que as interferências negativas têm causado nas relações sociais.

o Compreender a importância da língua em Libras para inserção do surdo na sociedade.

o Desenvolver o espírito de cidadania e respeito ao portador de deficiência auditiva.

o Aguçar a curiosidade e o gosto em aprender a ler uma língua diferente.

o Fortalecer a autoestima e a construção da identidade e autonomia.

METODOLOGIA

A opção metodológica deste projeto estrutura-se de forma interdisciplinar, permitindo o intercâmbio de informações e buscando, através do lúdico, suscitar o imaginário, a argumentação e sugestões a respeito de questões levantadas durante o desenvolvimento do mesmo. Fazendo uso de pesquisas em sites e extraclasse, aulas, vídeo educativo, histórias infantis, jogos, dramatização, leituras, passeio, entre outros.

PROGRAMAÇÃO

1ºMOMENTO: Apresentação do projeto e da lei n. 10.436/2002.

2ºMOMENTO: Aulas teóricas e dinâmicas.

3º MOMENTO: Dispor a turma em uma roda de conversa e orientar um aluno a perguntar a idade ao colega que estiver localizado a sua esquerda. Ele deve olhar para o colega, apontar o dedo em sua direção, sinalizar a palavra você com expressão de interrogação e executando o sinal para a palavra idade. O colega deve apontar o dedo para si próprio, sinalizando a palavra eu, e representar com as mãos a quantidade de aniversários completados até o momento e, por fim, executar o sinal para expressar anos. Dando continuidade, aquele que respondeu dirige-se à criança também à sua esquerda e faz a mesma coisa, até que todos tenham participado.

4ºMOMENTO: Confeccionar cartinhas em papel cartão de 8x10 cm e multiplicá-las de acordo com o número de crianças. Colar a foto de cada aluno sobre as cartelas, ao lado esquerdo superior escreve o nome de cada um em letra bastão. Colar sobre outras cartelas, seguindo a ordem correspondente às letras que aparecem em cada nome da Língua Portuguesa os nomes escritos de acordo com o alfabeto de LIBRAS. Podendo ser confeccionado sinal x gravura; sinal x palavra ou alfabeto manual x palavra. Depois é só diversão, relacionando as cartas.

5ºMOMENTO: Construir com as crianças um gráfico de barras não convencional, com caixas de leite encapadas com papel pardo, a professora apresenta aos educandos um cartão com o número e pede para que eles representem em sinais e depois em quantidade. Cada criança observará os numerais representados e será analisado as barras classificando em maior ou menor. O mesmo procedimento pode ser feito para pesquisar a incidência de aniversários de cada mês, pratos prediletos, profissões que aparecem nas famílias, programas preferidos na tv, brincadeiras preferidas etc.

6º MOMENTO: Colocar na sala um varal com cartazes. Com o conteúdo, escrito em português e no alfabeto digital (em que cada gesto significa uma letra), e ilustrado com desenhos representando a língua de sinais. As crianças relacionarão os cartazes às figuras correspondentes.

7º MOMENTO: Preparar um bolo, identificando os ingredientes aprendidos em aula.

8º MOMENTO: Confeccionar cartazes informativos.

9ºMOMENTO: Montar cruzadinhas (com alfabeto manual) com vocabulário dos conteúdos de aula.

10ºMOMENTO: Em bandeirolas, afixar o sinal correspondente a cada cor.

11ºMOMENTO: Fazer uma excursão pelo bairro para visitar o comércio. Durante o passeio recordar os vocábulos estudados, em Libras.

12ºMOMENTO: Forca - A brincadeira pode ser feita no quadro, em folhas ou no caderno. As letras vão sendo sugeridas em alfabeto manual e escritas em português até completar a palavra. Aproveitando a brincadeira: pode ser feita em grupo aonde o professor vai incluindo palavras novas para os alunos; pode ser feita em duplas onde os alunos tenham que escolher palavras que já conhecem; pode ser feita como competição entre equipes onde os alunos são estimulados a pensar em palavras mais difíceis ou maiores; em todas as formas as palavras devem ser listadas e aproveitadas em outras atividades de português.

13ºMOMENTO: Treinar contar uma historinha em LIBRAS.

14ºMOMENTO: Construir frases.

15ºMOMENTO: Montar diálogos e apresentá-los.

OBS: Serão reservadas algumas aulas para a preparação do reconto e ensaio. Não podendo ser previsto a quantidade, em função do desempenho a ser avaliado no decorrer dos ensaios.

CULMINÂNCIA

Será com a oficina de Libras aberta à comunidade escolar e exposição dos trabalhos desenvolvidos, fotos, apresentações diversas preparadas pelas crianças e apresentação do coral de LIBRAS da igreja....

Onde começa uma história de vida diferente, selada pelo gosto da inclusão social com arte, envolvimento e ação.

AVALIAÇÃO

A avaliação abarcará a participação e envolvimento da comunidade escolar durante todo o desenvolvimento do projeto, valorizando o conhecimento prévio e cultural do grupo.

RECURSOS

Papel A4, cartolina, papel cartão, papel color set, papel pardo, E.V.A. (azul, verde claro e escuro, marrom, branco, amarelo, rosa claro, alaranjado, vermelho, preto, estampado) T.N.T. (azul, verde, vermelho, amarelo), lápis de escrever, lápis de cor, borracha, apontador, tinta guache, pincel, pincel atômico, canetinha, folha mimeografada e/ou impressa, giz de cera, durex colorido, tesoura, cola branca, cola de isopor e cola quente, pistola para cola quente, fita crepe, gliter (prata, dourado, verde, vermelho, rosa, azul), DVD-R, aparelho de DVD, Data Show, aparelho de som, TV, notebook, laboratório de informática, máquina fotográfica, bateria recarregável, tesoura de picotar, livros literários, barbante, caixas de sapato ou de leite, giz; balões etc.

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Presidência da República. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de dezenove de dezembro de 2000. Brasília, DF.

BRASIL. Lei 10.436, de 24 de abril de 2002. Presidência da República. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Brasília, DF.

Apostila do SENAI.

Apostila do curso “Libras é legal” da UFMT.

Consultas on-line.

SÍNTESE DO TRABALHO

TEMA: Inclusão e linguagem.

OBJETIVO: Romper com o abismo cultural existente entre pessoas com deficiência auditiva e ouvintes; e promover a inclusão por meio do ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

COMO CHEGAR LÁ: Trabalhar com os educandos o vocabulário referente a conteúdos que estiverem estudando, em Libras e em Português escrito. Oportunizar as crianças que participem de atividades planejadas pela escola como o projeto em questão. Ensinar a língua de sinais também a funcionários, professores e familiares dos alunos, para que todos se comuniquem cada vez mais com os surdos.